segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Professora Graça Alencar é agredida por policial militar em Martins.

A professora Graça Alencar sofreu socos no estômago, boca, foi segurada pelo pescoço, torceram os braços e a jogaram no chão.

As agressões aconteceram em Martins, quando Graça colocava adesivos em carros pró Dilma, na tarde/noite de sábado,18.

Pasmem, o agressor é o PM Antônio Marcos da Silva. E o fez na frente de várias testemunhas. Imagine quando não tem testemunha.

Eis o texto da professora Graça Alencar.

ESTE É UM TEXTO ESCRITO POR MIM, GRAÇA ALENCAR, E PEÇO A TODOS OS MEUS AMIGOS QUE LEIAM ATÉ O FIM.

Gente, trago a vocês, hoje, uma situação que ultrapassa qualquer limite de partidarismo ou escolha de candidato. Sei que não vou conseguir dizer tudo aqui, da forma como eu gostaria ou deveria dizer, porque a emoção e a revolta que tomam conta de mim, indiscutivelmente, vão me impedir.
Fui vítima, hoje, do ódio! Fui vítima, hoje, da arbitrariedade! Fui vítima, hoje do abuso de poder! Fui vítima, hoje, da impunidade que circunda os atos violentos de milhares de pessoas neste país! Fui vítima, hoje, da impunidade que acoberta os atos violentos e abusivos de determinados policiais militares no nosso país.

Ressalto veementemente que não se trata da regra: há muitos policiais militares íntegros, éticos e extremamente coerentes e cumpridores de seu dever. Mesmo porque eu jamais poderia dizer diferente, tendo em vista que trabalho com vários destes, tenho em minhas relações mais próximas muitos deles também, e por fim, e principalmente, SOU CASADA COM UM POLICIAL MILITAR.
Para começar, esclareço que (ainda) não sou filiada a nenhum partido político, e minha atuação política resume-se a adesivar meu carro, defender minhas ideias quando converso com as pessoas com quem convivo, usar meus perfis nas redes sociais para postar mensagens e posicionamentos políticos, e agora, mais recentemente, participar de caminhadas e movimentos em Mossoró organizados pela militância petista na minha cidade. Voto em Dilma 13 e Robinson 55. Fato!

Apesar de morar e trabalhar em Mossoró, eu sou de Martins, tenho minhas raízes na cidade de Martins, tenho parentes e amigos que amo muito em Martins, possuo casa própria na cidade de Martins, e, definitivamente, todos aqueles que me conhecem sabem que Martins faz parte de cada parte de mim.
Ocorre que no dia de hoje eu saí de casa para participar de um adesivaço e carreata em Martins, acompanhada por amigos, parentes, conhecidos, enfim, por aqueles que, assim como eu, votam Dilma e Robinson.

Poucos instantes após sairmos em carreata, fomos abordados por uma viatura da polícia militar, que parou a nossa manifestação política a fim de apreender um carro de som que ia à frente de todos os carros. Na verdade, o carro era um fiat uno com uma carrocinha de som atrás.
Tendo, juntamente com um médico da cidade de Martins e dezenas de outros populares, questionado de quem partira a ordem de apreensão do som e baseados em que documento/determinação/mandado judicial/decisão/portaria/resolução eles iriam apreender o som (ordem judicial não se questiona: cumpre-se, mas precisávamos saber do que realmente se tratava), eis que aconteceu algo pelo qual, nos meus maiores pesadelos, eu jamais imaginei passar na minha vida:

EU FUI AGREDIDA FISICAMENTE POR UM SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RN LOTADO NA CIDADE DE MARTINS.
EU FUI, LITERALMENTE, ESPANCADA.
LEVEI PANCADA NO ESTÔMAGO, FUI ENFORCADA, TIVE MEUS DOIS BRAÇOS TORCIDOS E COLOCADOS PARA TRÁS E FUI JOGADA NO ASFALTO.

Muito além de um desabafo, saibam todos que as presentes palavras constituem o início de uma luta que travarei todos os dias, a partir de hoje, para que esse episódio não passe em branco e que não seja apenas mais um caso, dentre tantos outros, de arbitrariedade, desrespeito e ódio.
Enveredarei por todas as esferas, notificarei todos os órgãos, mobilizarei o maior número de pessoas, enfim, usarei a minha voz, até o fim.

Sou filha, mãe, esposa, mulher, trabalhadora pública, cidadã, cumpridora dos meus deveres, moro em um país livre e JAMAIS, vejam bem, JAMAIS vou me calar diante da violência e truculência a que fui submetida.

Todos os dias trabalharei arduamente para que a minha história seja conhecida pelo maior número de pessoas, para que ela desça a serra e invada os bairros, as cidades, os estados.

Às muitas e inúmeras pessoas que já me procuraram e manifestaram o seu apoio o meu MUITO OBRIGADA, e a todos vocês eu peço a gentileza e o companheirismo de compartilharem esse relato, caso julguem que não devemos em hipótese nenhuma nos omitir diante de tal abuso.

Por fim, vencendo ou não, afinal de contas todos podem concorrer e todo mundo tem o direito de escolher em quem votar, eu digo que nosso sonho não pode ser em vão!
Não ao ódio!
‪#‎EuLutoPorUmPaísJustoEIgual‬
 

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