sábado, 29 de junho de 2013

EDITORIAL - Emanuel Henrique


Emanuel Henrique - Pontual Studio

Acho mesmo vergonhoso que Pau dos Ferros tenha uma rádio legalizada, uma rádio que poderia ser de grande porte, que poderia cumprir seu objetivo social, mas que, no entanto, só serve para agradar meia dúzia de asseclas que se locupletam com a politicagem provinciana que tomou conta da nossa cidade nos últimos anos.

Programação enlatada, personagens sórdidos e já bem desgastados perante a opinião pública dão a tônica dessa rádio arcaica e fadada ao ostracismo radiofônico. Admiro e respeito uma programação que leve cultura, informação imparcial e que contribua para o desenvolvimento da região e do povo, cumpre o seu desiderato enquanto veículo de comunicação.

Nessa “pseudo-rádio”, só existe um lado, só existe um mote, é um blá, blá, blá que até Lobão teria inveja. Um monólogo shakespeariano, mas com atores de péssimo gabarito. Excluo alguns amigos que labutam por lá e ainda dão um ar de humanidade ao ambiente.

Lembro-me muito bem da covardia que aconteceu com várias ex-companheiros de trabalho que chegaram pra trabalhar e de repente receberam a notícia que estavam desempregados, foram postas no “olho da rua” sem dó. Mães e pais de famílias que ali desempenhavam seu papel, sua rotina de trabalho na grande “cachaça” que é o rádio.

Triste vê-la definhar como um doente terminal. Os corredores outrora alegres, hoje escuros e tenebrosos como os de um nosocômio da época ditatorial. Grandes ícones da música por lá passaram e pasmem, nenhum registro existem marcando esses momentos, não sei se por esquecimento ou por incompetência dos que dirigem o estabelecimento, mas com a séria desconfiança de que o segundo ponto prevalece ante o primeiro. A invejável discoteca de vinil hoje é apenas uma bela lembrança na mente dos amantes da boa música, revelando o descaso dos dirigentes.

Saliento que não guardo sentimento rancoroso por nenhum dos que lá estão, no entanto acredito que o objetivo social que deveria ser cumprido pela emissora foi substituído pelos discursos verborrágicos inflamados de ódio e causadores de discórdia em nosso urbe, que outrora era tida como cidade de gente pacata e de bem. É preciso rever os conceitos enquanto concessão estatal, pois podemos, da forma que está, classificá-la com uma miríade de adjetivos, menos como veículo de comunicação.Desculpas aos que não gostaram .

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