domingo, 28 de novembro de 2010

Fred volta pra decidir "Deu Tempo"

Por mais que seu time estivesse – e ainda esteja – brigando rodada a rodada pela liderança do Campeonato Brasileiro, não se pode dizer que foi um ano fácil para Fred, pelo menos no aspecto individual.

Embora o Fluminense desfrute de uma temporada de sucesso, o jogador perdeu boa parte desta jornada devido ao acúmulo de lesões. “É muito triste ficar fora da equipe e duro ter que estar longe dos gramados e não poder ajudar com passes e gols”, admitiu o atacante em entrevista exclusiva ao
FIFA.com.

 
A boa notícia para o torcedor tricolor e o artilheiro é que ele conseguiu ficar à disposição justamente nos momentos cruciais do Brasileirão. Voltou contra o São Paulo, deu sua contribuição na importante goleada para retomar a ponta e agora está preparado para manter o ritmo contra Palmeiras e Guarani nos dois próximos domingos.

 
Porque o período afastado pode fazer que seu rendimento seja anuviado. Mas, quando esteve em campo, Fred foi tão perigoso quanto se espera, com 18 gols anotados em 26 partidas. “Deus sabe o que faz. Se deu tempo de voltar nesta reta final, não foi à toa. Algo de bom está reservado para a nossa equipe”, diz. “Espero que aquele Fred do ano passado seja novamente decisivo nestes dois últimos jogos”.

 
Confira abaixo a entrevista com o atacante do Flu, na qual ele fala sobre a dificuldade de lidar com as lesões, compara o atual grupo, mais consistente, com o da incrível arrancada no Brasileirão 2009 e comenta a importância do vencedor Muricy Ramalho na briga pelo título.

 
Ficar fora de campo por tanto tempo, vendo seu time em uma disputa acirrada pelo título, foi um dos momentos mais difíceis de sua carreira? O que você procurou fazer, no que pensar quando se passa por esse tipo de situação?

 
É muito triste ficar fora da equipe, principalmente por causa de lesões. Duro ter que estar longe dos gramados e não poder ajudar os companheiros com passes e gols. Nestes momentos difíceis, procuro sempre estar do lado da equipe, torcendo por eles e dando apoio moral. O carinho da família e dos amigos também é fundamental. Infelizmente, são situações que jogadores profissionais estão sujeitos a passar. Temos que buscar entendê-las para aprender a superá-las da melhor maneira possível. Mas Deus sabe o que faz. Se deu tempo de voltar nesta reta final, não foi à toa. Algo de bom está reservado para a nossa equipe.

 
Você conseguiu ficar pronto para as últimas rodadas. E uma coisa impressiona em seus números no ano, o que as lesões podem fazer o torcedor e a crítica esquecerem. Quando esteve em campo, seu aproveitamento foi ótimo, com 18 gols em 26 jogos. Como se sente hoje? Está 100% e preparado para manter esse nível de rendimento?

 
Críticas sempre vão existir. Tenho que estar preparado para tudo de bom e também de ruim. Felizmente, as dores na panturrilha já não existem mais. Foram muitos dias de fisioterapia e exercícios para manter a forma física. Conseguir chegar à reta final do Brasileirão em condições de jogo me deixa muito feliz. Um dos exemplos foi a minha volta contra o São Paulo, rodada passada. Atuei os 90 minutos sem problemas e ainda fiz um gol. Espero que aquele Fred do ano passado seja novamente decisivo nestes dois últimos jogos.

Ao contrário de 2009, em que o Flu precisou de uma arrancada incrível para se manter na primeira divisão, o time desta temporada prima por mais regularidade, já que está entre os três primeiros desde a quinta rodada e entre os dois primeiros desde a nona. Qual a grande característica que você destaca do atual grupo em relação ao do ano passado?

O time de guerreiros. Não precisamos mais provar que o grupo é capaz de superar grandes dificuldades. Mostramos isso na temporada passada. Éramos considerados como virtuais rebaixados e demos a volta por cima. A garra e a força de vontade foram incorporadas e, desde então, fazem parte do espírito do nosso grupo de jogadores.

 
Faltam dois jogos para a definição do título. A adrenalina está batendo alto? Como lidar com tanta expectativa, interna e externa, especialmente no seu caso, que tem a chance de ser campeão brasileiro pela primeira vez?

 
Ser campeão brasileiro terá um sabor muito especial para mim. Não é apenas por ser a minha primeira vez, mas por estar defendendo as cores do Fluzão. É claro que a ansiedade sempre vai existir, mas precisamos transformar esta expectativa em confiança. E isso, nossa equipe está sabendo fazer. Depois de 36 rodadas disputadas, depender somente de nós é uma vantagem que não pode ser menosprezada.

 
O quanto o trabalho do Muricy Ramalho é importante para isso?



A chegada do Muricy só fortaleceu um plantel que já era muito unido. O Muricy é um treinador fora de série. Ele conseguiu dar um excelente seguimento ao trabalho do Cuca. Sua experiência, principalmente, em campeonatos de pontos corridos está sendo fundamental para que o nosso objetivo seja alcançado. Ele é exigente nos momentos corretos e competente no que faz. Esperamos que ele continue fazendo a diferença ali no banco.